Description
A GENTE CONTINUA SE SUJANDO (Nota à edição de dez anos)
O livro que você tem em mãos foi a minha entrada para o mundo literário. Foi a partir dele que pude criar meus primeiros personagens, tramas, ambientações, diálogos, e pude, por meio da escrita, matar. Nesse desenvolvimento ficcional me sujei de sangue-mental. E, agora, este livro completa dez anos.
Trabalhei nos contos durante três meses, trazendo um pouco de minhas vivências em São Carlos, cidade localizada a duzentos e cinquenta quilômetros de São Paulo. Nessa cidade, eu vivi por mais de 28 anos, muita história para contar, inventar.
Construir situações, pensamentos e desejos é o que mais motiva um autor. E neste livro não foi diferente. Tudo bem que era uma experiência nova, mas não me abalou, e conviver com as histórias dos contos aqui presentes foi essencial para amadurecer e ir mais além. Pois toda a página em branco exige uma criação.
Todo o escritor tem o seu sexto sentido, os fantasmas-personagens que surgem para assombrar
ou pedir ajuda. Ajuda para falarem, por meio da escrita, as situações de um mundo que, com o passar do dia, fica cada vez mais sujo. A limpeza é o ponto-final.
Dez anos depois, tenho um carinho enorme por este livro, pelos personagens, pelas histórias, pelas palavras que escolhi e vivi.
Então, este Somos mais limpos pela manhã volta para uma leitura mais suja.
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São contos crus, cinematográficos, com essas frases curtas
cheias de pontos que me lembram tiros e que a vida não consegue
engrenar porque sempre tem alguém querendo te foder.
Aline Bei
Filholini escreve bem pra cacete. Fiquei tão impactado que não
vou mais abrir esse livro por uma semana, pelo menos.
Jotabê Medeiros
Ele tem um domínio absurdo da linguagem escrita, algo muito
apurado. É doce e cruel ao mesmo tempo.
Fernanda D’umbra
Jorge é um desses boxeadores de que a literatura precisa sempre,
distribuindo contos para todos os lados, quem não aguentar
que se cuide.
Raimundo Carrero
Somos mais limpos pela manhã não foi só um achado de um novo
livro, mas um grande achado de um novo grande autor que
ganhamos na literatura contemporânea brasileira
Morgana Kretzmann