CLAM — Circuito Literário Artístico Mirada — São bate-papos literários onde um dos pontos altos da programação são os lançamentos de livros.
OS LIVROS:
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Nome do livro: Ponto de LuzNome do autor(a): Iaranda Barbosa
Editora: Mirada
Sinopse: Ponto de Luz apresenta narrativas bioficcionais a respeito de experiências sobrenaturais que o multiartista Daniel Dias vivenciou na religiosidade afro-indígena. O livro surge para comemorar os 36 anos de carreira do artista e será adaptado para o teatro com um espetáculo homônimo. É um livro que permeia as esferas relacionadas a dom, cura e fé.
Biografia: Iaranda Barbosa é doutora em Letras pela UFPE e professora adjunta da UEPB. Publicou a novela histórica Salomé em 2020, Palavras de Silêncio em 2022, pela Mirada, e *Nativas, mestiças e transoceânicas: o poderio feminino em Abya Yala, pela UFRPE. Organiza e realiza curadoria de coletâneas, assim como publica textos teóricos em revistas especializadas. -
Nome do livro: Martha de Hollanda: Feminismo e Feminilidade
Nome do autor(a): Cristina Inojosa (representada pelo filho Henrique Inojosa)
Editora: Mirada
Sinopse: No início do século XX, uma mulher pernambucana entra em cena para contestar um direito atribuído apenas aos homens: o de participar da política, seja no ato de votar, seja na qualidade de gestora. O livro Martha de Hollanda: feminismo e feminilidade é fruto de um ensaio construído pela historiadora Cristina Inojosa, lançado inicialmente em 1984. Muito jovem ainda, Martha fundou um movimento feminista, escreveu um livro de poesias, organizava saraus literários em sua casa. Era uma mulher que não temia promover uma desconstrução do sistema patriarcal, tão arraigado na sociedade brasileira. A autora, Cristina Inojosa, cresceu numa família onde mulheres não costumavam estudar ou trabalhar. Não se contentou em permanecer neste status quo, formando-se em História. Lecionou na Universidade Federal de Pernambuco e trabalhou como historiadora na Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, deixando para nós este ensaio e diversos trabalhos realizados, incluindo entrevistas, artigos, conferências, palestras, capítulos de livros organizados por escritores. A obra traz uma composição predominantemente feminina: a orelha é de autoria da psicanalista Hena Lemgruber, o prefácio foi escrito pela poeta Lourdes Sarmento, da Academia Pernambucana de Letras. A revisão ficou a cargo da escritora Iaranda Barbosa, assim como a coordenação editorial é de Taciana Oliveira, que é cineasta, escritora e editora. O responsável pela organização da publicação é o historiador Henrique Inojosa, filho de Cristina.Biografia: Maria Cristina Inojosa Cavalcanti nasceu em 1940, em Pernambuco, e faleceu em 2007, aos 67 anos. Desde cedo, mostrou-se contrária ao rigor patriarcal familiar, desenvolvendo o gosto pela literatura, tendo como livro de cabeceira A Nova Mulher, de Marina Colasanti. Em 1984, na Fundação Joaquim Nabuco, escreve sobre
Martha de Hollanda (1903 −1950), autora de Delírio do Nada. -
Nome do livro: Do cine-ensaio à literatura: subjetividades à deriva em Agnès Varda e Clarice LispectorNome do autor(a): Ana Karla Farias
Editora: Mirada
Sinopse: A obra explora de forma delicada e profunda os caminhos criativos de duas grandes artistas: a cineasta belgo-francesa Agnès Varda e a escritora brasileira Clarice Lispector. Ambas, através de uma abordagem ensaística e da liberdade de experimentar, criaram obras que desafiam as convenções tradicionais tanto no cinema quanto na literatura. Varda, com seu cine-ensaio, e Lispector, com sua escrita introspectiva, reinventaram as formas narrativas ao partirem de suas próprias vivências e questionamentos, sempre em diálogo com o outro. A pesquisa de Farias destaca como essas duas artistas transcenderam os limites de seus campos, criando narrativas únicas que combinam o subjetivo com a experimentação, resultando em obras que são ao mesmo tempo, pessoais e universais.Biografia: Ana Karla Farias é natural do Rio Grande do Norte, atualmente, reside em Campinas/SP. Analista de comunicação, jornalista com formação na UERN, autora dos livros A árvore dos frutos proibidos e outros contos (Multifoco), À deriva de mim (Penalux), Nas frestas da história: Nísia Floresta (Asa da Palavra) e Paixão, um animal que hiberna (Minimalismo), especialista em Comunicação, Semiótica e Linguagens Visuais (USCS), especialista em Produção de Documentários (UFRN), mestra em Multimeios (Unicamp), tendo a pesquisa financiada pela Capes e doutoranda em Multimeios (Unicamp). Pesquisa o material de arquivo na construção dos filmes-ensaio de Marguerite Duras e da literatura mais experimental de Clarice Lispector. Roteirista e co-diretora do documentário A flor teimosa da Algaroba, colaboradora na revista cinematográfica Littera.7, ministrou cursos de cinema e literatura ensaísticos no CPF Sesc\SP, Casa do Lago (Unicamp) e Centro Cultural Astrolábio. -
Nome do livro: Poesia para embrulhar jornalNome do autor(a): Plínio Delphino
Editora: Mirada
Sinopse: Em um jogo de inversão, aqui temos a “poesia para embrulhar jornal”. Diferentemente do jornal que embrulha os dias, o peixe, a carne, o dejeto, o estômago, aqui é a poesia que vai embrulhar a matéria jornalística, orientada para nos dizer como anda o mundo. Porém, quando a poesia resolve embalar a banalidade, inclusive a banalidade do mal, o que acontece é a desmecanização do nosso olhar para aquilo que pensamos ver, que pensamos informar. O mundo deixa de ser mais do mesmo. A poesia transforma o banal no incomum. Em seu cerne há o sentir, o refletir, o experienciar da linguagem. A forma poética é por excelência o refinamento do que a palavra pode nos dar. É assim que Plínio Delphino nos presenteia aspectos da liberdade, da justiça, da indignação, de profundas dores existenciais e do amor. Um presente embrulhado no próprio presente (trecho do prefácio de Adriane Garcia)Biografia: Plínio Delphino Lima, jornalista, há 28 anos palmilhando favelas, hospitais, salas de aula, delegacias, bibliotecas, presídios, plenários, palácios, circos, igrejas, quarteis. Frequentou redações e páginas de impressos como Diário Popular, Diário de S. Paulo, O Globo, Extra, Jornal da Tarde, Estadão. Ajudou a contar o cotidiano em sites, revistas e TVs. Em 2021, na TV Cultura, produziu, com equipe, série de reportagens que lhe rendeu prêmio Vladimir Herzog. Pela PUC-RS, faz especialização em filosofia, artes e literatura. “Poesia para embrulhar jornal” é seu livro de estreia. Nasceu no século XX: hospital das Clínicas, SP, no último dia do último ano da década de 60. Dorme quase sempre em São Paulo (sonha que o amor sobreviverá à inteligência artificial). Acorda quase sempre em São Paulo (ansioso para entregar ao mundo novos pontos de interrogação) -
Nome do livro: Coisa PerdidaNome do autor(a): Taciana Oliveira
Editora: Mirada
Sinopse:A música — criação e recepção — envolve processos psíquicos do consciente e do inconsciente, sendo que aquilo que ela comunica, como objeto artístico, ultrapassa a subjetividade de quem a compôs e alcança a subjetividade outra para conservar ou para contestar, jogar na tradição ou na mudança. O sujeito tocado pela música utiliza essa expressão da alteridade para se identificar, se expressar, agora com suas próprias nuances. É isso que Taciana de Oliveira consegue em seu Coisa perdida, livro de poesia, dividido em quatro partes, Cronologia, Lado A, Lado B, e Bônus track, fazendo um balanço da “identidade-sonoro-musical” de uma persona lírica que pontua suas tragédias, seus pequenos sucessos, suas angústias e amores por meio da memória musical. Em Cronologia, a leitora e o leitor recebem um arco de datas que situa a persona lírica em um dado momento da vida; aquilo que se fixou a ponto de ser lembrado. A cada época, uma música pode comparecer, trilha sonora do evento, marca de um tempo em comum que foi apropriada para compor a identidade. Em Coisa perdida, a persona lírica identifica a trilha sonora da própria vida. O livro começa com a tragédia do abandono, uma maternagem exercida por outra pessoa que não a mãe, o abandono pelo pai e a vivência do filicídio — que na conceituação do psicanalista Arnaldo Rascovsky é entendido como “as agressões e destruições parciais ou totais infligidas pelos pais aos seus próprios filhos” — a violência doméstica contra crianças, a angústia da orfandade. (trecho da resenha de Adriane Garcia)Biografia: Taciana Oliveira — Natural de Recife–PE, Bacharel em Comunicação Social (Rádio e TV) com Pós-Graduação em Cinema e Linguagem Audiovisual. Roteirista, atua em direção e produção cinematográfica, criadora das revistas digitais Laudelinas e Mirada, e do Selo Editorial Mirada. Dirigiu o documentário “Clarice Lispector — A Descoberta do Mundo” Publicou Coisa Perdida (Mirada, 2023) livro de poemas. - Crônica Popular Brasileira reúne vinte autores, representantes de diversas regiões do Brasil, além de uma autora alemã-brasileira. Esses escritores, muitos dos quais colaboradores da revista Mirada nos últimos anos, revisitam histórias e reflexões que vão além da superfície do nosso tempo. A importância desta obra está em apresentar para os leitores uma nova geração de cronistas que, com sensibilidade, traduzem as transformações sociais e culturais do país. São narrativas que revelam tanto as singularidades de ser brasileiro em tempos tão desafiadores quanto o que é comum a todos: as pequenas epifanias do cotidiano, as angústias e os momentos fugazes que definem quem somos. Vale ressaltar que as páginas dessa coletânea são ilustradas pelas fotografias de Carlos Monteiro, o mais assíduo colaborador da Mirada. Com seu olhar sensível, ele também se destaca um cronista visual. Suas imagens não apenas acompanham os textos, mas estabelecem um diálogo poético que transita entre palavra e imagem, oferecendo ao leitor uma experiência visual e literária única. Crônica Popular Brasileira, por fim, é nossa homenagem a um gênero visitado por grandes nomes da literatura brasileira, que nos influenciaram com humor, sagacidade e afetos, consolidando a crônica um ponto de encontro entre o pessoal e o coletivo, o cotidiano e o extraordinário. Salve, o cronista brasileiro.