Description
Uma odisseia negra-ameríndia
Os poemas de Satori na Laje revelam a Poesia que emana das precárias construções da vida. O título já explicita o choque (e a síntese) entre a pobreza (histórica e social) de nosso tempo versus a riqueza (espiritual e poética) que nos imanta mesmo quando estamos desatentos. Se a vida é precária tal qual uma laje, é nela que alçamos o lume das estrelas.
Satori é um termo japonês do budismo zen que descreve um estado de iluminação súbita ou compreensão intuitiva da verdadeira natureza da realidade. E, como sabemos, nossa realidade atual e histórica é barra, não permite ingenuidade.
A compreensão que o termo japonês elucida é daquelas que podem acontecer em qualquer lugar – em meio ao corre na cidade, no escuro da mata, num pipoco na madruga, num solo de Miles Davis ao longe, na voz de Clementina soando no vizinho, no churrasquinho de domingo na Laje – e a qualquer momento.
O poeta Edson Cruz se utiliza dos recursos da língua e de seus silêncios eloquentes para criar suas epifanias, que reverberam sua história pessoal, a consciência de sua negritude, e uma observação aguçada dos eventos neste antropoceno.
Em seu percurso poético, apossa-se de outros idiomas e dizeres, navega no Atlântico Negro, vai até o Japão, Coreia, passa ligeiramente pela Grécia, volta pra Bahia, dorme entre os Yanomamis, ouve o uivo de Ginsberg e ousa buscar Don Juan no México. Uma odisseia negra e ameríndia.
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Título: Satori na Laje
Autor: Edson Cruz
Editora: EditoRia (Ria Livraria)
Editor: Marcos Benuthe
Preparação e produção editorial: Jorge Ialanji Filholini
Colagem da capa: Wlad Pieroni
Imagem do verso da capa: “Estudo sobre pintura 4”, de Fabrício Pimentel
Projeto gráfico e capa: Bruno Brum
e Sergio Scattolini Amatucci
Revisão: Jorge Ialanji Filholini
Dimensão: 14 x 21 x 0,5 cm
Tipologia: Benton Modern Text
Papel: Pólen natural 80 g/m2
Número de páginas: 152