Descrição
É provável que o termo “agitador cultural” tenha sido usado pela primeira vez no Brasil na década de 60. Roberto Freire começou a agitar social e culturalmente, não só a sua própria vida, mas todo o seu entorno, também por essa época, contudo, talvez nunca tenha se atentado a toda a sua agitação, que não se conformava com atos isolados ou silenciosos, ao contrário, como podemos ver em sua trajetória, sempre correu riscos, perdeu empregos e amigos, desprezou caminhos fáceis, gritou, brigou, rompeu grandes e importantes relacionamentos. Levou ao extremo seus ideais, seguindo o modelo que ele tanto admirava dos velhos anarquistas do começo do século passado. Talvez fosse mais apropriado chamá-lo de “anarquista cultural”, não só por suas posições políticas, que o arrastaram a doze prisões e diversas sessões de tortura que lhe custaram, inclusive, o descolamento da retina, mas também por toda a sua amálgama-verve artística que o levaram a transitar pela literatura, o teatro, a música, o cinema, e a televisão.