Descrição
No verão de 1956, Jack Kerouac trabalhou por 63 dias como vigia de incêndios no Desolation Peak, monte situado a cerca de 2.000 metros do nível do mar, no estado de Washington, no extremo Noroeste dos Estados Unidos. Ele estava em busca de um sentido para a vida, uma resposta para os questionamentos que o oprimiam. Deu de cara consigo mesmo, sem o verniz do álcool e das drogas. Rodeado pela paz e pelo isolamento da natureza, viu-se confrontado com a finitude e a solidão. Essa acabou sendo uma das últimas experiências “on the road” antes do lançamento do livro homônimo, que o catapultou à fama em 1957. “Anjos da desolação”, pela primeira vez traduzido e publicado no Brasil, é o único livro a ser diretamente transcrito dos diários de Kerouac, por isso seu caráter documental – como uma carta íntima tornada pública. Em mais do que qualquer outro escrito do autor, o ritmo da fala pode ser sentido a todo instante. Sua prosa jazzística alcança a rapidez do real, a cadência dos diálogos coloca o leitor como um participante privilegiado nas aventuras de Jack Duluoz (alter ego de Kerouac) e dos seus companheiros.