
Entrou no posto de gasolina, a fila para o pagamento era longa, na sua frente, um antigo vizinho veste uma jaqueta nova, com a etiqueta “pulando” e o código de barras louco para apitar.
Falo ou não falo? foi o que me disse. Falou!
O homem fez pouco da informação, nem agradeceu.
Digo ao amigo – Valeu a intenção.
– Melhor seria ignorar.
Há pessoas que andam sempre apressadas ou distraídas.
Vestem camisas, cuecas, meias, blusas…pelo avesso.
Outros esquecem o celular dentro da bolsa, a chave do carro na ignição e os óculos na testa.
Eu mesmo já fui ao exame de vista no Detran com a camisa ao contrário.
Quantas vezes sonhei que estava indo para a escola descalço?
Será que outras pessoas sonham com isso?
Por falar, sei de uma aluna que foi para aula e esqueceu a mochila com todo material em casa.
São tantas histórias, a moça foi trabalhar com pares diferentes de calçados, mal percebeu que o scarpin vermelho destoava do branco.
Com a cabeça na lua? unhas pintadas somente na mão direita.
Confesso que já andei com as unhas cortadas somente em uma mão. Puro esquecimento, falta de atenção, pressa.
Siderado? Quem dirá que nunca fez destas?
A moça no sarau encontrou um pretendente, acontece que a estatura dele não condizia com o salto que usava. No banheiro, trocou pela rasteirinha da colega e a noite foi inesquecível.
Já tentei abrir um carro que era idêntico ao meu, falei com pessoas achando que fossem outras, esqueci nomes.
Agora mesmo, daqui desta janela, consigo ver a garota desprevenida com o pregador de roupa preso em sua gola, seria estilo?
Pensando bem, andamos distraídos e não sei se venceremos, caro poeta.
Chego ao cinema, apresento o ingresso e descubro que era da semana passada, inclusive a película já não está em cartaz.
Desisto, tiro os sapatos e caminho descalço, como no sonho que insiste em retornar.
