Trata-se de um livro bastante imagético composto de belas e profundas cenas de resignação senil de um melancólico intelectual, que em um ímpeto de si sente a necessidade aos 90 anos consumar pela última vez a carne de uma bela moça.
Marcado pela dicotomia paradoxal entre o ambiente interno do protagonista, erudito e solitário, com o ambiente externo frequentado pelo mesmo, o submundo marginalizado e caótico das casas de prostituição encabeçadas por Rosa Cabeças, grande cafetina dotada de intensos relapsos de sabedoria, aquela que conhece intimamente todos os males que podem flagelar o espírito de um homem.
A trama se desenrola em um ritmo efervescente nessa espécie de Lolita latino-americano, uma história sobre a visceralidade do desejo e as fatalidades que o espreitam brilhantemente orquestrada por Garcia Márquez.