Fica logo ali, é o que informa a senhora com cabelos brancos feito espuma do mar, vestida em florido tecido.
Logo ali, aponto o dedo indicador e observo-a menear a cabeça.
Fico aqui parado, ela estranha a minha inércia e vai.
Caminha lentamente para o lado oposto, gostei dela.
Ligo o alerta, pisco as quatro.
Foco em pensar se vou embora ou estaciono.
Largo o carro no estacionamento, os joelhos doem enquanto os passos ganham terreno.
Cansado paro no meio do caminho, preciso marcar um médico.
Falo com a garota que ao meu lado estaciona o seu corpo.
Lembro que assisti a sua peça no festival de teatro.
Finjo estar com tontura para não dizer que na verdade estou fora de forma.
Calmamente sorri e pergunta se estou bem.
Larga-me com delicadeza após constatar que não corro perigo.
Foi bacana este encontro inusitado, ela foi simpática.
Leio o luminoso na fachada, será que é disso que preciso?
Claramente avisto uma pessoa vestida de tubarão, a fantasia parece esquentar bastante.
Flagro novamente a minha obsessão por barbatanas.
Louca figura, abocanha os transeuntes que tentam se esquivar
Faço de conta que não vi, viro o rosto.
Lá longe encontro o que realmente vim procurar.
Calado suspiro, estará aberta neste sábado à tarde?
Fiz disso um jogo de sorte ou azar.
Levo comigo um relógio na algibeira e um monóculo na vista.
Fogo nas ventas do senhor que parece não ter gostado de minha cara.
Cavo meu bunker e nele me escondo.
Luminosa viatura em velocidade alta.
Fez do sujeito uma peneira, pude assistir daqui.
Lasso retorno sem conseguir chegar.
Caminhei muito além do que deveria.
Fica longe algaravia ?
Lamento informar que o senhor está equivocado.
Fermentado este moço de fala movediça.
Consulte antes o dicionário.
Francamente, achava que era cidade ou país.
Liguei o carro, pisquei a seta e sumi.
Fazia tempo que não andava por estas bandas.

