
– Das memórias de quinta-feira, hoje me vem à lembrança os campeonatos de punheta na adolescência do bairro Jardim Glória.
– E como era isso?
– Juntava uns 5 ou 6 meninos, nós os primos…
– Ai, meu deus…
– E mais uns 2 ou 3 de fora e disputávamos um torneio de punheta. Valendo guaraná.
– E como se ganhava esse campeonato?
– Uai. Quem gozasse primeiro ganhava os guaranás.
– Hã? Ganhar um guaraná pra gozar rápido?
– Depois mudamos o prêmio para cigarro.
– Eu não devia perguntar, mas… como você se saía?
– Eu era bom…
– Não sei se ser bom é bom.
– Bom mesmo era o Alexandre grandão. Imbatível. Teve vez, com seis caras, Alexandre, Eudim, Jacson, Batista, eu e Zé Pintinha, ele ficou em primeiro e em terceiro. Soberano.
– Soberano?
– Sim.
– O precoce?
– Uai, naquele contexto.
– Em nenhum contexto alguém pode se orgulhar do infame título de homem que goza mais rápido… do Jardim Glória.
– Éramos crianças.
– Isso não o alivia em nada, Aloizinho.
– Ingênuos.
– Quem ficou em último?
– Pra que cê quer saber?
– Uai, sei lá, né?

